Oito corpos são retirados de mangue em São Gonçalo; moradores falam em outros mortos pela PM | Diário Sobralense News

Oito corpos são retirados de mangue em São Gonçalo; moradores falam em outros mortos pela PM

Tiroteios no fim de semana já tinham deixado um PM morto e uma idosa ferida, quando o Bope estava na região. Moradores das Palmeiras dizem q...

Tiroteios no fim de semana já tinham deixado um PM morto e uma idosa ferida, quando o Bope estava na região. Moradores das Palmeiras dizem que foi uma chacina e que os corpos tinham marcas de tortura.

Por G1 Rio e TV Globo

Moradores do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, retiraram oito corpos de um manguezal no bairro das Palmeiras, nesta segunda-feira (22). Ao longo da manhã, os corpos foram colocados em um terreno baldio próximo ao local. Segundo os moradores, outros corpos permanecem na área de mangue.

O fim de semana foi de tiroteios entre a Polícia Militar e traficantes. No sábado (20), um PM morreu na região. As mortes ocorreram durante uma ação do Batalhão de Operações Especiais na comunidade.

“Estes confrontos foram intensos, foram na área de mangue, é uma área de difícil trânsito. Logicamente estamos falando de um momento em que marginais estavam no interior da mata fechada”, destacou o porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, em entrevista ao Bom Dia Rio.

Às 11h20, um comboio Polícia Civil, conduzido por dois blindados da PM, chegaram ao interior da comunidade onde os corpos estavam.

Policiais militares chegaram ao local onde moradores do Complexo do Salgueiro colocaram os corpos no fim da manhã — Foto: Reprodução/ TV Globo


Policiais militares chegaram ao local onde moradores do Complexo do Salgueiro colocaram os corpos no fim da manhã — Foto: Reprodução/ TV Globo


Escolta para perícia

Blaz não comentou as denúncias, mas disse aguardar a perícia. Uma nova operação seria realizada nesta segunda para escoltar legistas até a área de onde os corpos foram removidos.

“O Bope, segundo estas informações, podemos deduzir que houve inúmeros feridos neste confronto entre policiais e marginais nesta área de mata fechada. Logicamente, em se tratando de um momento de instabilidade, não foi possível fazer esta varredura. Agora, ao longo do dia, podemos ter este trabalho já com a perícia, uma vez que o caso já foi registrado na Polícia Civil”

Confronto

Moradores relataram que levaram os corpos para uma região junto às casas, onde foram cobertos por panos brancos. Bombeiros disseram que, por questão de segurança, não podiam entrar na comunidade, que, desde o fim de semana, passa por intensos tiroteios entre traficantes e policiais.

Segundo a PM, na tarde de ontem (21), policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) participaram de uma operação no Salgueiro, depois de receberem informações de que um dos criminosos – apontado como participante de um ataque à equipe do 7º BPM no sábado (20) – estaria ferido ainda no interior da favela. Nesse confronto, o sargento Leandro Rumberlsperger da Silva, de 38 anos, foi baleado. Ele chegou a ser levado para o Hospital Estadual Alberto Torres, mas não resistiu ao ferimento.

“As equipes foram atacadas nas proximidades de uma área de mangue com mata, ocorrendo um intenso confronto”, disse a Polícia Militar.

De acordo com a secretaria, na ação foram apreendidas duas pistolas, 14 munições calibre 9 mm, 56 munições de fuzil calibre 762, cinco carregadores (dois para fuzil e três para pistola), um uniforme camuflado, 813 tabletes de maconha, 3.734 sacolés de pó branco e 3.760 sacolés de material assemelhado ao crack. A ocorrência foi registrada na 72ª DP, no Mutuá, bairro de São Gonçalo.

Ainda segundo a secretaria, no mesmo dia, por volta de 15h, “uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionada por conta de um indivíduo ferido e criminosos armados obrigaram a retirada [dele] de Salgueiro. O homem morreu e foi reconhecido por policiais do 7ºBPM como um dos envolvidos no ataque criminoso à guarnição no sábado. Desta vez, o registro foi feito na 73ª DP, em Neves, também bairro de São Gonçalo.

Defensoria

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou que, por meio de sua Ouvidoria Externa, recebeu, na noite de ontem, relatos sobre “a violenta operação” no Salgueiro. A Ouvidoria informou ao Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) sobre o fato e pediu medidas cabíveis para “interromper as violações”. A defensoria informou ainda que está em contato com as lideranças locais prestando orientações necessárias.

Os defensores do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) e representantes da Ouvidoria Externa da Defensoria Pública decidiram antecipar a ida para a comunidade do Salgueiro. Eles estão a caminho do local para colher informações sobre as mortes ocorridas após operação policial. Anteriormente, a previsão era que os defensores fossem ao local, às 14h. Eles pretendem “coletar informações sobre o ocorrido para as medidas, inclusive judiciais, que se fizerem necessárias em defesa dos moradores, vítimas e seus familiares”.

Matéria alterada às 12h22 e às 12h26 para acréscimo de informações.

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