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"Barbie Assustadora": conheça o buraco negro que tem espantado astrônomos

Apesar de suas enormes proporções e de ser mais luminoso que supernovas, o fenômeno ficou anos escondido entre dados de telescópios e foi id...

Apesar de suas enormes proporções e de ser mais luminoso que supernovas, o fenômeno ficou anos escondido entre dados de telescópios e foi identificado apenas agora

Redação Galileu

Diulgação/Universidade de Purdue/Mark Garlick/Science Photo Library

Na astronomia, os astros mais iluminados são os que apresentam a maior quantidade de energia, o que os torna facilmente perceptíveis pelos especialistas. Porém, esse não foi o caso de um gigante transitório que se escondeu durante anos entre os dados coletados por diversos telescópios.


Quando finalmente foi descoberto, o fenômeno recebeu o nome de ZTF20abrbeie e foi apelidado carinhosamente de “Barbie Assustadora”. “Barbie” por sua designação alfanumérica e “assustadora” porque, segundo a equipe responsável por sua análise, apresenta características nunca antes registradas.

A investigação do estranho corpo celeste foi feita por um grupo da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, a partir da inteligência artificial do instrumento Recommender Engine For Intelligent Transient Tracking (REFITT). Capaz de reunir e comparar dados de diversos telescópios pelo mundo, foi possível produzir uma análise espectrográfica completa.


Assim, chegou-se à conclusão de que o objeto se trata de um buraco negro transitório — isso é, que aparece e depois desaparece ou muda de forma ao longo do tempo — em processo de consumir uma estrela. Os resultados observados foram aprovados para publicação no The Astrophysical Journal Letters.

“O buraco negro supermassivo puxou a estrela e a separou, em um processo chamado 'espaguetificação'. Achamos que foi isso que aconteceu, produzindo o transiente mais luminoso do universo, maior até do que de supernovas”, explica Danny Milisavljevic, líder do projeto, em comunicado à imprensa.

Além disso, o fenômeno se distingue por sua escala de tempo extrema. A maioria dos transientes dura apenas algumas semanas ou meses, mas a “Barbie Assustadora” é diferente de tudo que já foi registrado, tendo sobrevivido por dois anos, mais de 800 dias.

Os últimos dados disponíveis ainda indicam que o fenômeno ainda poderá estar visível pelos próximos anos, isso porque o transiente está muito distante da Terra. Assim, a lei da relatividade diminui a velocidade da luz à medida que ela viaja para os olhos humanos, fazendo com que a espaguetificação pareça durar quase o dobro do tempo real.

“Existem poucas coisas no Universo que podem ser tão poderosas, reações que podem ser tão duradouras. Descobertas como essa realmente abrem nossos olhos para o fato de que ainda estamos descobrindo mistérios e explorando maravilhas no Universo, coisas que ninguém jamais viu antes”, conclui Milisavljevic.

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