Tarifa de Trump começa a valer e ameaça exportações cearenses
As novas tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começaram a vigorar nesta quarta-feira (6) e já causa...

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As novas tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começaram a vigorar nesta quarta-feira (6) e já causam preocupação em diversos setores da economia brasileira.
Diante do impacto direto nas exportações cearenses, o governador Elmano de Freitas anunciou um pacote de ações emergenciais para mitigar os prejuízos. Entre as medidas estão:
Apoio financeiro para empresas exportadoras;
Compra de produtos locais para utilização em órgãos públicos e programas sociais;
Antecipação de créditos fiscais;
Ampliação de incentivos tributários;
Criação de um Comitê Estratégico para monitorar os efeitos das tarifas.
Além disso, o governo estadual está organizando reuniões com representantes dos setores mais atingidos, como os de pescado, castanha de caju, água de coco, cera, couro e calçados. “Estamos abertos ao diálogo para encontrar soluções em conjunto”, afirmou Elmano.
Entenda as novas tarifas
As novas taxas significam que produtos que antes eram vendidos a US$ 100 agora podem custar até US$ 150 para o consumidor americano, tornando os itens brasileiros menos competitivos. Como consequência, os compradores dos EUA podem buscar fornecedores de outros países, prejudicando a balança comercial cearense.
Entre os produtos mais vulneráveis estão os pescados e calçados, que passaram a ser taxados em 50%. Por outro lado, a siderurgia — principal setor exportador do Ceará — foi poupada. Em 2024, esse setor respondeu por quase metade (49%) das exportações do estado, totalizando US$ 528 milhões de um total de US$ 1,1 bilhão exportado apenas no primeiro semestre de 2025.
O impacto é especialmente grave porque o Ceará depende fortemente dos EUA: mais da metade (51%) das exportações cearenses entre janeiro e junho de 2025 foram para o mercado americano. Em comparação, o Espírito Santo, segundo estado mais dependente, direcionou 28,6% de suas vendas externas para os EUA no mesmo período.
Corrida contra o tempo e busca por novos mercados
Antes da entrada em vigor das novas tarifas, o governo estadual buscou agilizar os embarques de mercadorias para os Estados Unidos. O governador informou que houve articulação com a Receita Federal, Ibama e a administração do Porto do Mucuripe para acelerar o processo de liberação de cargas.
Esse esforço surgiu após episódios preocupantes, como a retenção de 20 contêineres no Porto do Pecém em julho, um dos principais terminais de exportação do estado.
Apesar do esforço emergencial, o governo também planeja estratégias de médio e longo prazo, como a diversificação dos mercados internacionais. Reuniões com representantes de países como a China já estão na agenda. “Vamos buscar alternativas para reduzir a dependência de um único mercado”, afirmou Elmano.
Incertezas e preocupações no setor produtivo
A indefinição sobre quais produtos estarão totalmente isentos das tarifas aumenta a ansiedade entre empresários. Um exemplo é o caso da castanha de caju: o governo americano anunciou isenção para “Brazil nuts” (castanha-do-pará), mas produtores ainda não sabem se a medida se aplica também à castanha cearense.
O setor pesqueiro é um dos mais preocupados. De acordo com o Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Ceará (Sindfrio), 100% dos peixes costeiros produzidos no estado são destinados ao mercado norte-americano. “Estamos avaliando com nossos parceiros comerciais as alternativas viáveis”, declarou Paulo Gonçalves, secretário do sindicato.
Créditos: Ridyele Oliveira / Sistema Paraiso
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Reprodução |
Ceará, estado cuja maior parte das exportações é direcionada ao mercado norte-americano, é o mais afetado pelas medidas, o que tem gerado reação imediata por parte do governo estadual.
Diante do impacto direto nas exportações cearenses, o governador Elmano de Freitas anunciou um pacote de ações emergenciais para mitigar os prejuízos. Entre as medidas estão:
Apoio financeiro para empresas exportadoras;
Compra de produtos locais para utilização em órgãos públicos e programas sociais;
Antecipação de créditos fiscais;
Ampliação de incentivos tributários;
Criação de um Comitê Estratégico para monitorar os efeitos das tarifas.
Além disso, o governo estadual está organizando reuniões com representantes dos setores mais atingidos, como os de pescado, castanha de caju, água de coco, cera, couro e calçados. “Estamos abertos ao diálogo para encontrar soluções em conjunto”, afirmou Elmano.
Entenda as novas tarifas
As novas taxas significam que produtos que antes eram vendidos a US$ 100 agora podem custar até US$ 150 para o consumidor americano, tornando os itens brasileiros menos competitivos. Como consequência, os compradores dos EUA podem buscar fornecedores de outros países, prejudicando a balança comercial cearense.
Entre os produtos mais vulneráveis estão os pescados e calçados, que passaram a ser taxados em 50%. Por outro lado, a siderurgia — principal setor exportador do Ceará — foi poupada. Em 2024, esse setor respondeu por quase metade (49%) das exportações do estado, totalizando US$ 528 milhões de um total de US$ 1,1 bilhão exportado apenas no primeiro semestre de 2025.
O impacto é especialmente grave porque o Ceará depende fortemente dos EUA: mais da metade (51%) das exportações cearenses entre janeiro e junho de 2025 foram para o mercado americano. Em comparação, o Espírito Santo, segundo estado mais dependente, direcionou 28,6% de suas vendas externas para os EUA no mesmo período.
Corrida contra o tempo e busca por novos mercados
Antes da entrada em vigor das novas tarifas, o governo estadual buscou agilizar os embarques de mercadorias para os Estados Unidos. O governador informou que houve articulação com a Receita Federal, Ibama e a administração do Porto do Mucuripe para acelerar o processo de liberação de cargas.
Esse esforço surgiu após episódios preocupantes, como a retenção de 20 contêineres no Porto do Pecém em julho, um dos principais terminais de exportação do estado.
Apesar do esforço emergencial, o governo também planeja estratégias de médio e longo prazo, como a diversificação dos mercados internacionais. Reuniões com representantes de países como a China já estão na agenda. “Vamos buscar alternativas para reduzir a dependência de um único mercado”, afirmou Elmano.
Incertezas e preocupações no setor produtivo
A indefinição sobre quais produtos estarão totalmente isentos das tarifas aumenta a ansiedade entre empresários. Um exemplo é o caso da castanha de caju: o governo americano anunciou isenção para “Brazil nuts” (castanha-do-pará), mas produtores ainda não sabem se a medida se aplica também à castanha cearense.
O setor pesqueiro é um dos mais preocupados. De acordo com o Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Ceará (Sindfrio), 100% dos peixes costeiros produzidos no estado são destinados ao mercado norte-americano. “Estamos avaliando com nossos parceiros comerciais as alternativas viáveis”, declarou Paulo Gonçalves, secretário do sindicato.