Prefeitura de Fortaleza consulta Iphan sobre demolição da Ponte Velha, na Praia de Iracema
Estrutura centenária está interditada desde 2023 e ideia de demolição já havia sido levantada na gestão anterior Créditos: Ridyele Oliveira ...

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Estrutura centenária está interditada desde 2023 e ideia de demolição já havia sido levantada na gestão anterior
A situação da Ponte Velha, também conhecida como Ponte Metálica, localizada no Poço da Draga, na Praia de Iracema, em Fortaleza, voltou a movimentar órgãos públicos e entidades de preservação do patrimônio. Com mais de 100 anos de história, a estrutura segue interditada desde agosto de 2023 devido a problemas de segurança e agora pode ser demolida.
A Prefeitura de Fortaleza encaminhou, em maio deste ano, um ofício ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) solicitando orientações sobre uma possível “demolição controlada” da ponte. O pedido foi assinado pelo secretário da Regional 12, Adams Cavalcante Gomes, e enviado também à Superintendência do Patrimônio da União (SPU), já que a área é de gestão compartilhada com o Governo Federal.
No documento, o município alega que a estrutura oferece risco elevado de acidentes graves, com base em laudo da Defesa Civil Municipal, que classificou o risco como “muito alto” para as partes superiores da ponte e “alto” para as estruturas inferiores. O parecer técnico aponta que a ponte está em processo de colapso estrutural e representa perigo iminente caso o acesso não seja rigidamente controlado.
Apesar disso, o laudo não determina a demolição como única saída. Uma das alternativas sugeridas seria consolidar o espaço como uma “ruína histórica”, permitindo a preservação da memória sem comprometer a segurança pública.
Em resposta oficial enviada no dia 4 de junho, o Iphan reconheceu que a Ponte Velha não possui proteção legal por tombamento federal, mas reforçou que isso não elimina seu valor cultural e histórico. A autarquia destaca que a ponte, construída em 1902, tem relação direta com o processo de urbanização de Fortaleza, com os antigos galpões industriais da Praia de Iracema e com a vizinha Ponte dos Ingleses. Além disso, é considerada um marco afetivo pelos moradores do Poço da Draga, que associam a fundação da comunidade à inauguração da ponte.
Outro ponto levantado pelo Iphan é o risco que uma demolição pode representar para possíveis sítios arqueológicos submersos, já que há relatos históricos de naufrágios na área. Diante disso, o órgão recomenda a realização de estudos mais aprofundados e maior participação da comunidade nas decisões sobre o destino do equipamento.
A questão também foi levada ao Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza (Comphic). Durante uma reunião realizada no dia 11 de junho, o representante do Iphan no Conselho, Marcel Andrade, relatou o recebimento do ofício da Prefeitura e questionou se a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) estava ciente da solicitação de demolição. A secretária Helena Barbosa respondeu que não havia sido informada e ressaltou a importância do debate público sobre o tema, dada a relevância simbólica e histórica da ponte para a cidade.
Na mesma ocasião, o coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural da Secultfor, Diego Amora, também afirmou não ter conhecimento prévio sobre o pedido da Prefeitura, demonstrando que o assunto ainda precisa ser mais amplamente discutido dentro da própria gestão municipal.
Créditos: Ridyele Oliveira / Sistema Paraiso
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Reprodução |
A situação da Ponte Velha, também conhecida como Ponte Metálica, localizada no Poço da Draga, na Praia de Iracema, em Fortaleza, voltou a movimentar órgãos públicos e entidades de preservação do patrimônio. Com mais de 100 anos de história, a estrutura segue interditada desde agosto de 2023 devido a problemas de segurança e agora pode ser demolida.
A Prefeitura de Fortaleza encaminhou, em maio deste ano, um ofício ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) solicitando orientações sobre uma possível “demolição controlada” da ponte. O pedido foi assinado pelo secretário da Regional 12, Adams Cavalcante Gomes, e enviado também à Superintendência do Patrimônio da União (SPU), já que a área é de gestão compartilhada com o Governo Federal.
No documento, o município alega que a estrutura oferece risco elevado de acidentes graves, com base em laudo da Defesa Civil Municipal, que classificou o risco como “muito alto” para as partes superiores da ponte e “alto” para as estruturas inferiores. O parecer técnico aponta que a ponte está em processo de colapso estrutural e representa perigo iminente caso o acesso não seja rigidamente controlado.
Apesar disso, o laudo não determina a demolição como única saída. Uma das alternativas sugeridas seria consolidar o espaço como uma “ruína histórica”, permitindo a preservação da memória sem comprometer a segurança pública.
Em resposta oficial enviada no dia 4 de junho, o Iphan reconheceu que a Ponte Velha não possui proteção legal por tombamento federal, mas reforçou que isso não elimina seu valor cultural e histórico. A autarquia destaca que a ponte, construída em 1902, tem relação direta com o processo de urbanização de Fortaleza, com os antigos galpões industriais da Praia de Iracema e com a vizinha Ponte dos Ingleses. Além disso, é considerada um marco afetivo pelos moradores do Poço da Draga, que associam a fundação da comunidade à inauguração da ponte.
Outro ponto levantado pelo Iphan é o risco que uma demolição pode representar para possíveis sítios arqueológicos submersos, já que há relatos históricos de naufrágios na área. Diante disso, o órgão recomenda a realização de estudos mais aprofundados e maior participação da comunidade nas decisões sobre o destino do equipamento.
A questão também foi levada ao Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza (Comphic). Durante uma reunião realizada no dia 11 de junho, o representante do Iphan no Conselho, Marcel Andrade, relatou o recebimento do ofício da Prefeitura e questionou se a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) estava ciente da solicitação de demolição. A secretária Helena Barbosa respondeu que não havia sido informada e ressaltou a importância do debate público sobre o tema, dada a relevância simbólica e histórica da ponte para a cidade.
Na mesma ocasião, o coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural da Secultfor, Diego Amora, também afirmou não ter conhecimento prévio sobre o pedido da Prefeitura, demonstrando que o assunto ainda precisa ser mais amplamente discutido dentro da própria gestão municipal.