Fortalecimento familiar evita acolhimento institucional de 1.200 crianças no Brasil

O número representa mais de 95% dos casos acompanhados pela entidade em 14 localidades de dez estados brasileiros Créditos: Edwalcyr Santos ...

O número representa mais de 95% dos casos acompanhados pela entidade em 14 localidades de dez estados brasileiros

Créditos: Edwalcyr Santos / Sistema Paraiso

Reprodução

Um estudo realizado pela organização humanitária Aldeias Infantis SOS revelou que cerca de 1.200 crianças e adolescentes foram impedidos de serem encaminhados a serviços de acolhimento institucional nos últimos quatro anos graças a ações voltadas ao fortalecimento dos vínculos familiares. O número representa mais de 95% dos casos acompanhados pela entidade em 14 localidades de dez estados brasileiros. Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira (30), em São Paulo.

A pesquisa envolveu a aplicação de questionários a 65 profissionais da organização, oito grupos focais com 44 cuidadores e entrevistas com representantes de órgãos como Cras, Creas, conselhos tutelares, Ministério Público e Juizado da Infância e Juventude. O levantamento embasou o relatório Prevenindo a Separação Familiar: a Experiência da Aldeias Infantis SOS, que propõe caminhos concretos para impedir a ruptura de laços familiares.

Segundo Michéle Mansor, gerente Nacional de Desenvolvimento Programático da Aldeias Infantis SOS, a estratégia de atuação se baseia em práticas como escuta qualificada, apoio psicológico, visitas domiciliares e articulação com serviços públicos. Essas ações contribuíram diretamente para preservar o convívio familiar de crianças em situação de vulnerabilidade. Ela defende que o acompanhamento próximo e contínuo é capaz de transformar trajetórias e garantir o direito ao cuidado no ambiente de origem.

O documento recomenda maior articulação entre os serviços da rede de proteção social, financiamento estável para programas de apoio familiar e o reconhecimento de diferentes arranjos familiares. Também destaca a importância da educação infantil como fator protetivo.

Para o pesquisador José Carlos Sturza de Moraes, do Instituto Bem Cuidar da Aldeias Infantis SOS, o apoio às famílias é um dever constitucional. Ele defende que a atuação estatal e da sociedade civil deve ser mais intensa e rápida nos casos em que há risco de separação, especialmente para garantir às crianças o pleno desenvolvimento. O fortalecimento emocional de mães, pais, avós e cuidadores é, segundo ele, essencial para evitar intervenções judiciais desnecessárias.

O estudo também amplia o debate iniciado no relatório Vozes (In)escutadas e Rompimento de Vínculos, publicado em 2023, que apontou a existência de 32 mil crianças e adolescentes vivendo em serviços de acolhimento no Brasil. A maioria está nas regiões Sudeste e Sul, sendo a negligência e a violência os principais fatores que levam à separação.

A organização reforça que evitar que crianças cresçam afastadas de suas famílias exige um esforço coletivo e coordenado entre Estado, sociedade civil e comunidades. A prevenção, segundo os especialistas, é o caminho mais eficaz para garantir que meninas e meninos cresçam protegidos, acompanhados e com oportunidades iguais.

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