Funceme explica fenômeno do tempo abafado com chuva no Ceará
Meteorologista da Funceme aponta que calor é considerado normal para a época e surge da combinação entre temperatura e umidades elevadas. ...
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Meteorologista da Funceme aponta que calor é considerado normal para a época e surge da combinação entre temperatura e umidades elevadas.
Quem explica esse fator climático é Lucas Fumagalli, metereologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Existe uma relação direta entre a temperatura e a umidade relativa do ar, que diz que se ambas aumentam o índice de calor sentido pelo corpo humano também aumenta.
“Quando o corpo fica muito quente, ele começa a transpirar para se resfriar. O resfriamento ocorre pela evaporação do suor gerado no processo de transpiração. Se a umidade e a temperatura são altas, a transpiração aumenta, mas a taxa de evaporação diminui, acumulando suor na pele e diminuindo a capacidade do corpo humano se resfriar. Assim, a temperatura interna do corpo humano aumenta, e também aumenta o desconforto térmico”, explica o meteorologista.
“Desse modo, o corpo humano fica mais quente em condições de maior umidade e temperatura e se sente relativamente mais fresco em condições secas, mesmo com temperaturas altas. O vento também tem um papel importante neste processo, pois o vento acelera a evaporação, ajudando o corpo a se resfriar. A ausência de vento, portanto, contribui para o aumento da sensação de calor”, completa.
Tempo abafado pode ser influenciado pelo aquecimento do oceano
Lucas Fumagalli explica ainda que a sensação de calor no período da quadra chuvosa é uma situação considerada normal para todas as macrorregiões. Além disso, ele pontua que, “até certo ponto”, a combinação de temperatura e umidade elevadas pode ser entendida como prenúncio de chuva.
“A combinação de temperatura e umidade elevadas, que torna o tempo abafado, pode ser entendido como prenúncio de que vai chover, porque são condições fundamentais para gerar instabilidade atmosférica. No entanto, isso pode ser válido para uma escala local. Para chuvas mais generalizadas, abundantes e de grandes acumulados em vastas áreas, é preciso que algum sistema meteorológico de maior escala atue de forma mais ativa”, frisa.
O aumento da umidade relativa do ar entre os meses de fevereiro e maio também tem ligação com a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), segundo o metereologista. Lucas frisa ainda que essa sensação de “tempo abafado” pode ser ainda influenciada pelo aumento da temperatura dos oceanos, que tem ocasionado um alto volume de precipitações no Estado.
“Para nós no Ceará é importante mencionar um forte aquecimento do Oceano Atlântico equatorial nas proximidades do Nordeste do Brasil, que poderia explicar não somente a sensação de tempo abafado, calor e umidade, bem como os altos volumes de chuva observados no mês de fevereiro e na primeira metade de março, sobretudo na faixa litorânea do Estado”, destaca o meteorologista.
Fonte: O Povo
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Mesmo em meio a um período chuvoso, o cearense tem se deparado nos últimos dias com um tempo mais abafado. Embora pareça contraditório frente as precipitações que estão ocorrendo, a sensação de calor é considerada normal para a época e surge da combinação entre temperatura e umidades elevadas.
Quem explica esse fator climático é Lucas Fumagalli, metereologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Existe uma relação direta entre a temperatura e a umidade relativa do ar, que diz que se ambas aumentam o índice de calor sentido pelo corpo humano também aumenta.
“Quando o corpo fica muito quente, ele começa a transpirar para se resfriar. O resfriamento ocorre pela evaporação do suor gerado no processo de transpiração. Se a umidade e a temperatura são altas, a transpiração aumenta, mas a taxa de evaporação diminui, acumulando suor na pele e diminuindo a capacidade do corpo humano se resfriar. Assim, a temperatura interna do corpo humano aumenta, e também aumenta o desconforto térmico”, explica o meteorologista.
“Desse modo, o corpo humano fica mais quente em condições de maior umidade e temperatura e se sente relativamente mais fresco em condições secas, mesmo com temperaturas altas. O vento também tem um papel importante neste processo, pois o vento acelera a evaporação, ajudando o corpo a se resfriar. A ausência de vento, portanto, contribui para o aumento da sensação de calor”, completa.
Tempo abafado pode ser influenciado pelo aquecimento do oceano
Lucas Fumagalli explica ainda que a sensação de calor no período da quadra chuvosa é uma situação considerada normal para todas as macrorregiões. Além disso, ele pontua que, “até certo ponto”, a combinação de temperatura e umidade elevadas pode ser entendida como prenúncio de chuva.
“A combinação de temperatura e umidade elevadas, que torna o tempo abafado, pode ser entendido como prenúncio de que vai chover, porque são condições fundamentais para gerar instabilidade atmosférica. No entanto, isso pode ser válido para uma escala local. Para chuvas mais generalizadas, abundantes e de grandes acumulados em vastas áreas, é preciso que algum sistema meteorológico de maior escala atue de forma mais ativa”, frisa.
O aumento da umidade relativa do ar entre os meses de fevereiro e maio também tem ligação com a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), segundo o metereologista. Lucas frisa ainda que essa sensação de “tempo abafado” pode ser ainda influenciada pelo aumento da temperatura dos oceanos, que tem ocasionado um alto volume de precipitações no Estado.
“Para nós no Ceará é importante mencionar um forte aquecimento do Oceano Atlântico equatorial nas proximidades do Nordeste do Brasil, que poderia explicar não somente a sensação de tempo abafado, calor e umidade, bem como os altos volumes de chuva observados no mês de fevereiro e na primeira metade de março, sobretudo na faixa litorânea do Estado”, destaca o meteorologista.
Fonte: O Povo