Fome recua no Ceará e mais de 6 milhões vivem com segurança alimentar, aponta IBGE

Pesquisa divulgada na sexta-feira (10) avalia a situação dos domicílios particulares brasileiros e dos seus moradores quanto ao nível de seg...

Pesquisa divulgada na sexta-feira (10) avalia a situação dos domicílios particulares brasileiros e dos seus moradores quanto ao nível de segurança alimentar.

Reprodução

Em 2024, o Ceará deu um passo importante na luta contra a fome. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 150 mil pessoas deixaram de enfrentar insegurança alimentar grave no estado, situação em que a fome se torna parte do cotidiano de famílias, inclusive entre crianças.

O levantamento integra a pesquisa PNAD Contínua: Segurança Alimentar 2024, realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social. Segundo os dados, o número de cearenses vivendo em situação de fome caiu de 540 mil, em 2023, para 391 mil no ano seguinte — uma redução de cerca de 28%.

Com o resultado, o Ceará passou a ocupar a 5ª posição entre os estados do Nordeste e a 12ª no Brasil em termos de redução da fome. Apesar do avanço, a realidade ainda impõe alertas: mais de 3 milhões de pessoas seguem enfrentando algum nível de insegurança alimentar no estado.

A face oculta da insegurança alimentar

Embora o número de cearenses em situação crítica tenha caído, o problema persiste de forma menos visível. A insegurança alimentar leve e moderada ainda atinge milhões, revelando que, para muitas famílias, o acesso a alimentos depende de escolhas difíceis, como reduzir a qualidade das refeições ou deixar de atender outras necessidades básicas.

Dos 3,3 milhões de domicílios cearenses, cerca de 30% conviviam com algum grau de insegurança alimentar em 2024. A maioria (65%) enfrentava a forma leve, com medo de faltar comida no futuro; 21% viviam a insegurança moderada, e 15% lidavam com a fome propriamente dita (grave).

Em comparação com 2023, houve melhora em todos os níveis:

Insegurança alimentar grave: caiu de 203 mil para 149 mil domicílios (-26,6%)

Moderada: passou de 242 mil para 209 mil (-13,6%)

Leve: reduziu de 692 mil para 662 mil (-4,3%)

Segurança alimentar avança

Por outro lado, mais cearenses passaram a viver com segurança alimentar em 2024. Ao todo, 6,2 milhões de pessoas têm acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade adequadas — um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior.

A avaliação segue critérios da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que considera não apenas a disponibilidade de comida, mas também a estabilidade desse acesso ao longo do tempo.

Contexto nacional

O panorama cearense reflete uma tendência nacional. Em 2024, 75,8% dos 78,3 milhões de domicílios brasileiros estavam em situação de segurança alimentar, enquanto 24,2% viviam algum grau de insegurança — a maioria em áreas rurais.

As regiões Norte e Nordeste continuam apresentando os maiores índices de insegurança alimentar, com cerca de um quarto dos domicílios vivendo com receio ou incerteza quanto à próxima refeição.

Segundo o IBGE, cerca de 2,5 milhões de lares brasileiros experimentaram, em 2024, a forma mais severa de privação alimentar, onde a fome atinge tanto adultos quanto crianças.

Brasil fora do Mapa da Fome

O resultado positivo faz parte de um movimento nacional. Em julho, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) anunciou que o Brasil saiu novamente do Mapa da Fome, após apresentar taxas de subalimentação inferiores a 2,5% da população no período 2022–2024. A última vez que o país havia deixado essa classificação foi em 2014.

Mesmo com a melhoria dos indicadores, especialistas alertam que a insegurança alimentar leve e moderada ainda representa uma ameaça silenciosa. A superação definitiva da fome depende de políticas públicas estruturais, especialmente voltadas à redução da pobreza, geração de renda e fortalecimento da agricultura familiar.

Fonte: Sistema Paraíso

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