Peixe-leão avança no litoral do Ceará e preocupa pesquisadores por riscos à saúde e ao ambiente

Pesquisador destaca que o uso do animal na alimentação exige cautela, especialmente entre crianças, pelos níveis de mercúrio e de chumbo enc...

Pesquisador destaca que o uso do animal na alimentação exige cautela, especialmente entre crianças, pelos níveis de mercúrio e de chumbo encontrados na análise

Reprodução

Originário do oceano Indo-Pacífico e registrado pela primeira vez no Ceará em 2022, o peixe-leão continua se espalhando pela costa brasileira, despertando a atenção de cientistas e autoridades ambientais. Com alta capacidade de reprodução e ausência de predadores naturais, a espécie invasora ameaça o equilíbrio dos ecossistemas marinhos e pode representar riscos à saúde humana.

Um estudo conduzido pelo Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), analisou 50 exemplares coletados em diferentes pontos do litoral cearense, incluindo Camocim, Jericoacoara, Acaraú, Itarema e Barroquinha. Os resultados, publicados na revista científica Exposure and Health, revelaram a presença de 19 elementos químicos nos peixes, entre eles mercúrio, chumbo e arsênio.

A pesquisa destacou que os níveis de contaminação variam conforme o ambiente onde o peixe-leão foi capturado. Espécimes oriundos de recifes naturais apresentaram maiores concentrações de mercúrio, enquanto os de recifes artificiais acumularam mais chumbo. De acordo com o professor Tommaso Giarrizzo, responsável pelo estudo, essa variação exige cautela no consumo da carne do animal. “Dependendo do local de captura, é fundamental realizar análises prévias antes de autorizar a ingestão”, alertou.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ingestão de mercúrio acima do limite seguro pode afetar especialmente gestantes, crianças e pessoas com deficiências nutricionais. O chumbo, por sua vez, representa risco ainda mais grave para o desenvolvimento cerebral infantil, podendo causar danos irreversíveis mesmo em baixas concentrações.

Apesar dos riscos, o consumo do peixe-leão tem sido cogitado como estratégia de controle populacional da espécie. Experiências internacionais, como no Caribe, já promovem festivais gastronômicos com a iguaria. No entanto, os pesquisadores do Labomar reforçam que no Brasil ainda é preciso adotar medidas de precaução quanto à quantidade ingerida.

Além da preocupação com a saúde pública, há impactos ambientais em curso. O peixe-leão já ameaça dezenas de espécies marinhas nativas brasileiras, segundo o professor Marcelo Soares, também do Labomar. Estudos continuam sendo realizados com apoio de pescadores locais, que registram ocorrências e auxiliam no monitoramento do invasor por meio de aplicativos e redes sociais.

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