Urânio em poços trava perfurações em Santa Quitéria; Governo não dá respostas há quase um ano

Quase um ano após o anúncio de níveis elevados de urânio em poços profundos no distrito de Trapiá, a população ainda aguarda respostas concretas das autoridades. A detecção, que mobilizou órgãos estaduais e federais em outubro do ano passado, permanece sem desfecho, enquanto restrições seguem impactando moradores e produtores rurais do município.

Na época, o Governo do Estado e a Secretaria da Saúde trataram o caso com urgência. Poços foram interditados, a construção da adutora para abastecimento de água do distrito foi acelerada, e equipes técnicas — inclusive do Ministério da Saúde — estiveram no local para investigar os possíveis impactos da contaminação. No entanto, desde então, nenhuma conclusão foi oficialmente divulgada.

Durante sessão da Câmara Municipal na última sexta-feira (15), o vereador Pé de Mola trouxe à tona uma nova preocupação: desde o episódio, a Secretaria dos Recursos Hídricos e a Superintendência de Obras Hidráulicas (SOHIDRA) estariam impedindo qualquer nova perfuração de poços em Santa Quitéria. A justificativa seria justamente o risco ainda não esclarecido da presença de urânio.

A medida vem dificultando o acesso à água em várias propriedades da zona rural, comprometendo atividades agrícolas e o abastecimento local. “Não sabemos até quando essa interdição vai durar. O município inteiro está sendo penalizado por uma situação que sequer foi explicada à população”, criticou o parlamentar.

Diante do impasse, os vereadores devem solicitar formalmente uma reunião com o secretário estadual de Recursos Hídricos, Fernando Santana, a fim de obter esclarecimentos técnicos e cobrar a divulgação de informações concretas sobre o caso de Trapiá. Mesmo que o assunto já não desperte alarde entre os moradores, a ausência de respostas segue sendo motivo de insatisfação e incerteza.