Ex-diretor de inteligência da Venezuela confessa crimes de narcotráfico
O ex-general da Venezuela Hugo Armando Carvajal Barrios, conhecido como “El Pollo”, declarou-se culpado na quarta-feira, 25, em Nova York, p...

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O ex-general da Venezuela Hugo Armando Carvajal Barrios, conhecido como “El Pollo”, declarou-se culpado na quarta-feira, 25, em Nova York, por envolvimento em uma conspiração para importar cocaína aos Estados Unidos, narcoterrorismo associado ao grupo guerrilheiro colombiano Farc e crimes relacionados ao uso de armas de fogo.
Segundo o procurador Jay Clayton, Carvajal “foi um dos homens mais poderosos da Venezuela” e “usou a cocaína como arma — inundando Nova York e outras cidades norte-americanas com veneno”. Ele acrescentou que, com a confissão, o ex-general “demonstra nosso compromisso em responsabilizar autoridades estrangeiras que abusam do poder para envenenar nossos cidadãos”.
De acordo com a acusação, Carvajal, de 65 anos, liderou por anos o Cartel de Los Soles, formado por oficiais de alto escalão do governo e das Forças Armadas da Venezuela. O grupo teria corrompido instituições públicas do país bolivariano com o objetivo de facilitar a exportação de toneladas de cocaína para os EUA.
As ações do cartel, segundo as autoridades norte-americanas, também tinham como propósito ampliar o poder dos envolvidos e causar impacto direto nas comunidades norte-americanas. Para isso, associaram-se à guerrilha colombiana Farc, responsável pela maior parte da produção e distribuição da droga.
Envolvimento direto de autoridades da Venezuela
Entre os crimes específicos confessados por Carvajal, consta o envio de 5,6 toneladas de cocaína em 2006 a bordo de um avião DC-9 com matrícula norte-americana, que partiu da Venezuela e foi interceptado no México.
Também foi denunciada sua participação no fornecimento de armamento pesado, como metralhadoras e explosivos, à Farc, além de proteção armada a carregamentos e envolvimento direto em sequestros e assassinatos.
“O ex-diretor da inteligência militar da Venezuela traiu sua responsabilidade para com o povo venezuelano ao agir deliberadamente para prejudicar os EUA”, afirmou o administrador interino da DEA, Robert Murphy. Ele declarou ainda que, depois de anos em fuga, Carvajal “provavelmente passará o resto da vida em uma prisão federal”.
O ex-general enfrenta quatro acusações criminais. A primeira, por conspiração para cometer narcoterrorismo, prevê pena mínima de 20 anos e máxima de prisão perpétua. A segunda, por conspiração para importação de narcóticos, estabelece pena mínima de 10 anos e também pode chegar à prisão perpétua.
A terceira, por posse de armas de fogo, como metralhadoras e artefatos explosivos, impõe pena mínima de 30 anos, que deve ser cumprida de forma consecutiva às demais penas e pode igualmente alcançar a prisão perpétua. Já a quarta, por conspiração para posse de armas de fogo, tem como pena máxima a prisão perpétua. O julgamento está agendado para outubro.
A extradição de Carvajal foi viabilizada pela cooperação internacional, com apoio da Divisão de Operações Especiais da DEA, em coordenação com escritórios em Miami, Nova York, Madrid, Bogotá e Cidade do México, além das autoridades desses países.
Fonte: Revista Oeste