Microplásticos ameaçam até as áreas marinhas mais protegidas do Brasil

A pesquisa utilizou moluscos bivalves, como ostras e mexilhões Reprodução Mesmo as áreas marinhas protegidas mais restritivas do Brasil não ...

A pesquisa utilizou moluscos bivalves, como ostras e mexilhões

Reprodução

Mesmo as áreas marinhas protegidas mais restritivas do Brasil não escapam da contaminação por microplásticos, conforme revelou um estudo recente realizado por cientistas brasileiros e australianos. A pesquisa utilizou moluscos bivalves, como ostras e mexilhões, para monitorar a presença dessas partículas microscópicas e demonstrou que todas as dez áreas analisadas apresentaram algum nível de contaminação.

Os microplásticos, que podem ter entre 1 micrômetro e 5 milímetros, são provenientes da fragmentação de plásticos maiores ou fabricados diretamente para uso industrial e cosmético. Na análise química realizada pelos pesquisadores, os principais componentes identificados foram polímeros alquídicos, utilizados em tintas e vernizes, polietileno tereftalato (PET), comum em embalagens plásticas, celulose e politetrafluoretileno (PTFE ou teflon), presente em revestimentos industriais.

A concentração média encontrada nos moluscos foi de 0,42 partícula por grama de tecido úmido, com a maior contaminação registrada no Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes e a menor na Reserva Biológica do Atol das Rocas. Apesar dos índices observados estarem abaixo da média internacional para áreas protegidas e muito inferiores aos de locais altamente contaminados, como Santos e algumas praias do Rio de Janeiro, o resultado reforça a preocupação com a disseminação global dos microplásticos.

Os bivalves foram escolhidos como organismos-sentinelas por se alimentarem filtrando a água do mar, acumulando contaminantes ao longo do tempo e fornecendo um histórico mais preciso da poluição. A presença de microplásticos em áreas sem qualquer atividade econômica, como o Atol das Rocas, indica que essas partículas podem ser transportadas pelo vento e pelas correntes oceânicas, chegando até os santuários da biodiversidade marinha.

A criação de áreas marinhas protegidas, por si só, não é suficiente para impedir a contaminação. Além de gestão ambiental eficiente e fiscalização rigorosa, o estudo aponta que medidas globais são necessárias para mitigar o problema, como o Tratado Global dos Plásticos, em negociação pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Sem ações coordenadas em nível internacional, os microplásticos continuarão se espalhando, colocando em risco ecossistemas marinhos e cadeias alimentares em todo o planeta.

Fonte: Edwalcyr Santos / Sistema Paraíso

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