Peguei covid-19, e agora? Infectologista explica como funciona o tratamento da doença
"O primeiro passo é se isolar para evitar transmitir a doença e a partir daí começar a prestar atenção na evolução desses sintomas...

https://www.diariosobralense.com/2021/03/peguei-covid-19-e-agora-infectologista.html?m=0
"O primeiro passo é se isolar para evitar transmitir a doença e a partir daí começar a prestar atenção na evolução desses sintomas", aconselhou Álvaro Costa
Edição Lívia Oliveira
As estatísticas da pandemia de covid-19, a doença causada pelo coronavírus (Sars-CoV-2), estão subindo em uma velocidade assustadora. De acordo com o balanço diário do Ministério da Saúde, divulgado no domingo (28), o total de pessoas infectadas desde o início da pandemia chegou a 12.534.688 e o número de óbitos já ultrapassa 312 mil.Em meio a esses dados e a dificuldade de encontrar leitos nas unidades de saúde do país, é imprescindível saber o que fazer diante de um diagnóstico positivo para doença. Por isso, o iBahia conversou com o infectologia Álvaro Costa, da Sanar Medicina, e reuniu as principais informações sobre cuidados e tratamentos.
De acordo com o infectologista, a covid-19 é uma doença de apresentação clínica muito ampla, ou seja, se você tem algum sintoma não significa necessariamente que esteja com a doença e ausência de sintomas também não é um motivo de achar que está tudo bem.
"Preste bastante atenção ao seu corpo. Se você está bem e do nada começa a ficar mole, cansado, com dor de garganta, aquela sensação de corpo quente e mal-estar, esse conjunto de sintomas pode sinalizar a infecção", alerta Álvaro Costa.
![]() |
Foto: reprodução / Pixabay |
Apresentei sintomas, e agora?
"O primeiro passo é se isolar para evitar transmitir a doença e a partir daí começar a prestar atenção na evolução desses sintomas, porque nem todos os pacientes vão ter a forma grave da doença", explicou Álvaro.
Diante da superlotação dos hospitais, o médico sinalizou que o ideal é evitar ir para um pronto-socorro e buscar um teleatendimento para uma primeira orientação.
"Em caso de febre muito alta e falta de ar é preciso procurar um atendimento médico privado ou do Sistema Único de Saúde (SUS). A falta de ar precisa ser avaliada, para saber se tem a necessidade de uma tomografia, de colocar oxigênio", pontou o médico.
Quais testes podem ser feitos para detectar a covid-19?
Os laboratórios estão realizando dois tipos de exames: RT-PCR ou de sorologia.
O RT-PCR constata a presença do material genético do vírus no paciente. Neste procedimento, é colhida a secreção respiratória no nariz e na garganta do paciente com o swab, instrumento semelhante a um cotonete. A realização deste procedimento é indicada após a apresentação dos primeiros sintomas, mais o menos depois de 72h.
Os testes sorológicos detectam a presença de anticorpos, ou seja, se a pessoa adquiriu uma defesa ao entrar em contato com o vírus. É coletada uma amostra de sangue após sete ou dez dias de sintomas.
O procedimento de sorologia mostra a presença dos anticorpos da classe das imunoglobulinas – IgA, IgM (que aparecem mais precocemente, em torno de dez dias após a infecção) e IgG (estes chamados de memória tardia).
Na entrevista, o infectologista pontuou que como existe a possibilidade de um resultado falso negativo é essencial manter sempre todas as recomendações de prevenção. Distanciamento social, uso de máscara e a higienização.
O que fazer para tratar a doença?
Vale comprar um termômetro para monitorar a febre e, se possível, ter um oxímetro (aparelho que é colocado no dedo da pessoa para medir a saturação de oxigênio no sangue, ou seja a porcentagem de oxigênio que está sendo transportada na circulação sanguínea) em casa.
O indivíduo com covid-19, além de ficar monitorando a evolução dos sintomas, deve buscar fazer repouso, se alimentar e se hidratar bem. Ele pode também fazer uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos).
Em um teleatendimento, o profissional de saúde vai orientar os remédios mais adequados para combater os sintomas.
"O que realmente vai fazer a diferença para "vencer" a doença é a identificação do quadro clínico, para agir rápido em caso de piora dos sintomas", acrescentou Álvaro.
Observação 1: se o paciente tem alergia a alguma medicação é ainda mais importante que ele busque um teleatendimento, consultar um profissional, para saber qual remédio tomar.
Observação 2: cuidado com as informações falsas que circulam nas redes sociais sobre o uso de remédios - ivermectina, hidroxicloroquina e azitromicina - para prevenir ou acabar com a covid.
"Não tem nenhuma comprovação científica em toda literatura médica no mundo sobre a eficácia dessas medicações. Teve casos de pessoas tomarem essas medicações e desenvolveram hepatite grave", alertou o especialista.
![]() |
Foto: reprodução |
Vale comprar um termômetro para monitorar a febre e, se possível, ter um oxímetro (aparelho que é colocado no dedo da pessoa para medir a saturação de oxigênio no sangue, ou seja a porcentagem de oxigênio que está sendo transportada na circulação sanguínea) em casa.
O indivíduo com covid-19, além de ficar monitorando a evolução dos sintomas, deve buscar fazer repouso, se alimentar e se hidratar bem. Ele pode também fazer uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos).
Em um teleatendimento, o profissional de saúde vai orientar os remédios mais adequados para combater os sintomas.
"O que realmente vai fazer a diferença para "vencer" a doença é a identificação do quadro clínico, para agir rápido em caso de piora dos sintomas", acrescentou Álvaro.
Observação 1: se o paciente tem alergia a alguma medicação é ainda mais importante que ele busque um teleatendimento, consultar um profissional, para saber qual remédio tomar.
Observação 2: cuidado com as informações falsas que circulam nas redes sociais sobre o uso de remédios - ivermectina, hidroxicloroquina e azitromicina - para prevenir ou acabar com a covid.
"Não tem nenhuma comprovação científica em toda literatura médica no mundo sobre a eficácia dessas medicações. Teve casos de pessoas tomarem essas medicações e desenvolveram hepatite grave", alertou o especialista.