A falsa herdeira que enganou a alta sociedade de NY e deixou um rastro de golpes no valor de milhares de dólares | Diário Sobralense News

A falsa herdeira que enganou a alta sociedade de NY e deixou um rastro de golpes no valor de milhares de dólares

Anna Sorokin se apresentava com nome falso, morava em hotéis cinco estrelas, frequentava festas exclusivas, vestia roupas de grife, viajava ...

Anna Sorokin se apresentava com nome falso, morava em hotéis cinco estrelas, frequentava festas exclusivas, vestia roupas de grife, viajava em jatos privados e distribuía gorjetas de US$ 100 (R$ 388).

Por BBC

Ela se apresentava como Anna Delvey, herdeira alemã de uma fortuna de 60 milhões de euros (cerca de R$ 261 milhões), e em pouco tempo conquistou a alta sociedade de Nova York. Morava em hotéis cinco estrelas, frequentava festas exclusivas, vestia roupas de grife, viajava em jatos privados e distribuía gorjetas de US$ 100 (R$ 388)

O nome verdadeiro de Anna Delvey é Anna Sorokin; ela tem 28 anos, nasceu na Rússia e não tem dinheiro algum — Foto: Reprodução/Instagram
Nome verdadeiro de Anna Delvey é Anna Sorokin; ela tem 28 anos, nasceu na Rússia e não tem dinheiro algum
Foto: BBC News Brasil


Mas segundo o gabinete do procurador de Manhattan, Cyrus Vance, seu nome verdadeiro é Anna Sorokin, ela tem 28 anos, nasceu na Rússia e não tem dinheiro algum.


A trajetória da falsa herdeira que virou queridinha da elite nova-iorquina e ao longo de dez meses deixou um rastro de vítimas de calotes no valor de US$ 275 mil (cerca de R$ 1,06 milhão) tem sido detalhada em reportagens na imprensa americana e em breve deve virar série da Netflix criada por Shonda Rhimes, a produtora por trás de sucessos como Grey's Anatomy e Scandal.

"Sua suposta conduta criminal vai de fraude com cheques a centenas de milhares de dólares furtados por meio de empréstimos e inclui esquemas que resultaram em uma viagem gratuita ao Marrocos e voos em jatos privados", disse Vance ao apresentar acusação formal contra Sorokin, em outubro de 2017.

Presa desde 2017 na ilha de Rikers, onde fica o principal complexo penitenciário de Nova York, ela agora responde a julgamento por furto qualificado e outras acusações.
Série de golpes

Segundo o gabinete do procurador de Manhattan, Sorokin lesou hotéis, empresas, bancos e amigos em uma série de golpes entre novembro de 2016 e agosto de 2017. Ela circulava com desenvoltura pelo mundo da moda e das artes plásticas e dizia ter planos de criar um clube privado de artes, que se chamaria Fundação Anna Delvey.

Ao justificar a necessidade de empréstimos, alegava dificuldades burocráticas de movimentar sua fortuna da Europa para os Estados Unidos. Em novembro de 2016, usou extratos e documentos bancários falsos na tentativa de obter empréstimo de US$ 22 milhões (cerca de R$ 85 milhões) para abrir o clube de artes em Manhattan. O valor foi negado, mas ela obteve um adiantamento de US$ 100 mil (cerca de R$ 387 mil).

Sorokin usava cheques sem fundo para movimentar dinheiro entre contas de bancos diferentes e então fazer retiradas antes que o cheque fosse devolvido. Em certa ocasião alugou um jato particular no valor de US$ 35 mil (cerca de R$ 136 mil) e nunca pagou a empresa proprietária.

Uma de suas vítimas, Rachel Williams, relatou em artigo para a revista New York Magazine como foi convidada por Sorokin para uma viagem ao Marrocos com todas as despesas pagas. Quando o cartão de débito de Sorokin foi recusado, e ela pediu a Williams que usasse o seu, prometendo que reembolsaria a amiga.

Williams pagou mais de US$ 62 mil (cerca de R$ 240 mil) durante a viagem, incluindo o aluguel de uma vila de luxo com piscina privada e mordomo. Nunca foi reembolsada.
Defesa

No julgamento em Nova York, iniciado no fim de março, o advogado de defesa, Todd Spodek, disse ao júri que sua cliente estava apenas buscando ganhar tempo até que pudesse criar um negócio bem-sucedido e pagar suas dívidas.

A acusação pretende chamar cerca de 25 testemunhas durante o julgamento, previsto para se estender até a metade do mês.

Sorokin tem chamado a atenção pelas roupas que vem vestindo no tribunal, de grifes como Yves Saint Laurent e Miu Miu. Segundo relatos da imprensa, ela conta com a ajuda de uma estilista.

Em duas ocasiões, chegou a se atrasar em meio a uma crise por não concordar com as roupas que recebeu para vestir, e foi repreendida pela juíza.

Caso seja condenada, Sorokin pode pegar até 15 anos de prisão. Ela também corre o risco de ser deportada para a Alemanha, por ter permanecido nos Estados Unidos após o fim de seu visto.

Fonte: G1

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