Incentivo fiscal e política de preços de planos de saúde agravam a situação dos SUS, dizem debatedores

Os incentivos concedidos ao setor privado de saúde por meio de desonerações tributárias representam gastos indiretos do Estado, que podem a...

Os incentivos concedidos ao setor privado de saúde por meio de desonerações tributárias representam gastos indiretos do Estado, que podem até diminuir o fomento à saúde pública no Brasil, disseram os convidados para audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta segunda-feira (13). A iniciativa da reunião foi do senador Paulo Paim (PT-RS).

Segundo Christine Alves, doutora em saúde coletiva e servidora da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), o estímulo do governo ao setor de saúde complementar ultrapassou R$ 592 bilhões em 2016, com desonerações de impostos como ISS, PIS/Cofins, entre outros, e isso afeta o Orçamento do país, trazendo prejuízos especialmente para os mais carentes.
— Todo e qualquer benefício tributário reduz a arrecadação nacional e promove o cerceamento dos direitos sociais. Isso acontece em qualquer setor da economia — afirmou.
De acordo com ela, as ineficiências do Estado na saúde pública não podem ser utilizadas como justificativa para a política de renúncia fiscal ao setor privado. Para Christine Alves, apesar de todo o estímulo do governo, os planos de saúde não auxiliam na redução da demanda ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Paim disse ainda que, com o aumento abusivo do valor das mensalidades, a população tem optado por deixar os planos de saúde para recorrer ao SUS.

Regulação

O coordenador do Movimento Chega de Descaso, Leandro Farias, criticou a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ele comentou o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), de março deste ano, que apontava distorções, abusos e falta de transparência na metodologia de cálculo dos índices de reajustes e cobranças sugeridos anualmente pela agência reguladora.
— O Ministério da Fazenda já contestou a metodologia utilizada pela agência, que é a mesma desde 2001. As justificativas do aumento das mensalidades são a frequência de utilização, o envelhecimento da população, as despesas administrativas, como salários e tributos, a incorporação de tecnologias e o valor dos procedimentos médicos — afirmou.

Defesa da ANS

O gerente-geral regulador da Estrutura dos Produtos, da Diretoria de Normas de Habilitação dos Produtos da ANS, Rafael Vinhas, defendeu a política de reajustes dos planos. Segundo ele, desde 2006, há equilíbrio entre os custos médicos hospitalares e os índices das mensalidades autorizados pela agência, ou seja, não haveria "lucros exacerbados".
— A regulação de preço e reajuste acontece de acordo com as premissas de sustentabilidade, transparência e concorrência — defendeu.
Fonte: Senado Notícias

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