Mãe de 'Doutor Bumbum' teria ameaçado parentes ao ser investigada no assassinato
Morte de José Roberto Camillo Monteiro aconteceu em 1997 Elaine Nevex, Marta Szpacenkopf e Rafael Nascimento, de Agência O Globo ...

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Morte de José Roberto Camillo Monteiro aconteceu em 1997
Elaine Nevex, Marta Szpacenkopf e Rafael Nascimento, de Agência O Globo
"Uma hora a justiça chega". O desabafo é de uma parente de José Roberto Camillo Monteiro, morto dentro de casa, com um tiro na cabeça, em 1997. Denis Barros Furtado, o Doutor Bumbum, e sua mãe, Maria de Fátima Furtado, na época namorada da vítima, eram suspeitos do crime. Segundo o site G1, que revelou o caso com exclusividade, a investigação não andou e o crime prescreveu. Nesta sexta-feira, o GLOBO conversou com dois parentes da vítima. Eles dizem que a família foi ameaçada pela médica.

A família nunca teve dúvidas sobre a autoria do crime. Na época os parentes de José Roberto deixaram o assunto de lado por medo de morrer.
— A Fátima disse para ninguém investigar o caso porque, caso contrário, os próximos seriam os filhos do José — disse um dos familiares.
Além de a investigação não avançar, o processo foi arquivado no Tribunal de Justiça do Rio, a pedido do Ministério Público — a solicitação foi feita em agosto do ano passado, cerca de 20 anos após o crime. O assassinato foi na residência onde moravam Denis, Fátima, José e um dos filhos dele, no Recreio dos Bandeirantes.
— O policial que investigou o caso pediu para indiciar os dois (Denis e Fátima) como principais suspeitos. Um tempo depois, o caso foi arquivado. O próprio agente ligou para parentes na época, dizendo que estava sendo retirado do caso e que suspeitava que alguém foi pago para isso — contou o parente.
Outro parente ouvido pelo GLOBO contou que a casa onde ocorreu o crime era alugada e, como garantia, fora dado um cheque caução assinado com um nome falso por José, que era advogado. Essa, porém, ainda conforme os parentes, não era a única prática ilícita do casal. Eles acreditam que o relacionamento dos dois era baseado nos crimes que cometiam:
— A relação era conturbada, não era saudável. Eles tinham nomes falsos e os utilizavam para comprar coisas.
O dia do crime
Várias atitudes de Denis Furtado, que tinha 24 anos a na época do assassinato de José Roberto, despertaram as suspeitas dos parantes da vítima. Na manhã do dia em que ele foi encontrado morto, o filho do advogado viu o pai deitado e, antes de ir para a escola, ‘sentiu vontade de abraçá-lo. Porém, Denis o impediu e o apressou para sair.
Não fazia parte da rotina do garoto ser levado para a escola pelo filho de Maria de Fátima. o adolescente era sempre levado para a escola pelo motorista:
— O Denis estava muito nervoso e levou o menino para a escola, falou que ele estava atrasado. Mas o colégio nem tinha aberto ainda. Ele deixou o garoto do outro lado da avenida e foi embora. Depois, a diretora levou os dois irmãos para a sala dela, eles viram a mãe e entenderam que o pai estava morto.
Relação de Fátima com a família
José Roberto foi achado com um tiro na cabeça, deitado na cama que dividia com Maria de Fátima. Além do relacionamento conturbado da médica e José Roberto, ela também não matinha uma boa relação com a família do companheiro.
— A Fátima sempre foi muito fria, não era uma madrasta muito carinhosa. Na verdade, ela não se dava bem com ninguém. O rosto dela, sombrio, é igual a personalidade dela — disse um parente.
Nem a mãe de José Roberto aprovava o relacionamento dele com Maria de Fátima. Para a matriarca da família, a médica um dia "iria matar seu filho".
— O próprio José contava que ela teve um ex que era abusivo e que, por isso, ela dormia com um revólver embaixo do travesseiro. José contava para a gente que o cara morreu dormindo. A própria mãe dele o alertava sobre a conduta de Fátima. Ela falava: "Essa mulher vai acabar te matando. Tome cuidado!" Quando tudo aconteceu, a mãe de José quase teve um infarto.
Já naquela época, um dos familiares alegou que Maria de Fátima não tinha condições de realizar procedimentos médicos e Denis, mesmo sem se formado ainda, fazia aplicações irregularmente, sob a orientação da mãe.
Já naquela época, um dos familiares alegou que Maria de Fátima não tinha condições de realizar procedimentos médicos e Denis, mesmo sem se formado ainda, fazia aplicações irregularmente, sob a orientação da mãe.